quarta-feira, 29 de maio de 2013

O HOMEM FIEL E A PROSTITUTA

Conto
por Rogério Ribeiro.









Ele era um bom homem; Fiel.

Na cidade em que vivera desde o nascimento, ele era tido por fiel...  Diante da sociedade e sua corrupção,  fiel.   Para o que acreditava... Fiel.

Sua vida fiel fora um presente para si;  Era o prêmio que sem reservas, o satisfazia.

Então, ele a tomou.  A mulher infiel.   Tomou-a para si e para sua vida e coração fieis.
              
 A mulher que, segundo os moradores da pequena cidade, não seria a parte que lhe completaria a alma.  Ela não lhe cabia; Sem reservas, era também ela, uma prostituta.

E a amou.  Não como fora amada até então, mas como jamais fora.
Das mulheres da cidadela que era a capital da nação, era reconhecida como tal,  a mal amada em toda a extensão de sua vida. Com toda verdade, era ela desde que se lembrara.  

Uma de muitas; mulheres da luxúria ou não, era ela a que se gabava de não ser, de  não ter... De não esperar.  
Vivia assim, como se não fosse o que se tornara; como sendo o que quisera ser.  E não era.
    
Ele,  era um dos poucos.  Um dos fieis.  Pouquíssimos.        Era justa e ricamente conhecido por sua extrema virtude: A fidelidade.  Podia se dizer que honrava a si, mas diziam na verdade, os que passavam e queriam pesar-lhe a alma, que era apenas um pobre e inútil.  Apenas o fiel.  
Pesavam-lhe a vida na tentativa de lembra-lo, de que não era deste mundo e nem d'outra sorte qualquer.  Para que Ele?

Não conseguiram.  

Ele porém, sentia todo o desprezo de todos, por ter tomado em seus braços, a mulher da qual tomavam tudo e que já não possuía  a vontade de ter. 
  
Ele suportou a humilhação da fala virtuosa e das línguas inversas; Todas.  E levou-a consigo para que ela fosse;  pois já não era.

Não seria se ele não a amara.  Não teria.  Então ela foi.

E a amou.  Como fora predestinada a ser.

Ele a tomou e frutificou nela o que dantes era morto e seco.  Avivou suas vísceras e a fez vontade.  Fez nela, a vontade de viver.  


Ela a tomou e viveu. 


  
Seu corpo de pé, esguio, agora tinha o sopro que organicamente, organizava todos os organismos mortos que jaziam nela.  
Dantes, era a sua vida uma falta de vida sem beira, pois a morte lhe rondava e a ocupava toda.  Agora, vivia.  
Por  tomar do amor oferecido, vivia em si e não por outros. 
A diferença tênue, onde residia toda a diferença.

E Foi mãe de filhos;  E ele a amou ainda mais...

Porém, ela o deixou.  Deixou-o simplesmente.   
Infiel, deixou-se de lado, deixando-se levar por estímulos infiéis que nem eram pensamentos... Nem sequer, eram.  Deixou seu mundo fiel em troca dos prazeres ainda não consumados e nem seus.   Secou as vísceras e foi.

No bordel de dores, havia se deitado em camas de amantes pouco amados que buscavam o amor das noites, antes que o dia chegasse.   Ela voltara a eles. 

E se envolveu;  Tão ferozmente, que já não se reconhecia como antes, nem teria qualquer ideia acerca de qualquer depois.  Tornou-se tão escrava de seus prazeres que virou escrava a fim de garantir o comer e o sobreviver como tal.

Era o fim.  De todo um inicio doloroso, o que superaria qualquer dor.  Ela aumentaria e a faria escrava até o fim; até extingui-la por toda; completamente e por tudo.

O fim não pensado; o fim evitado. O fim não ouvido.


Ele à espreita,  esperava a sua vez.  A vez de fazer de uma vez por todas,  a última vez.  A vez de fazer sua e sem reservas, a mulher que amara, para amá-la reservando-lhe o direito que lhe era negado.

Comprou-a. Pagou pelo devido. Trouxe-a de volta.

“Daqui por diante serás minha. Minha escrava...” 
  
“... Minha ordem é que sejas tua. E que sejas minha.  Dou-te minha fidelidade e me darás a tua... Esperarás por mim e eu, por ti”.


Ela não sairia. Não fugiria. Não poderia. 

Seria refém de um amor eterno e teria a vida que provara... 
E que queria.




Uma "parábola" do amor incondicional, esta é a real história de um homem que amou uma mulher com toda a sua força, há milênios... 
 
Distante de “clichês” de amor por um só ponto: Ele negou a si mesmo e a toda dor. E amou.

Nela, temos uma visão clara do amor não vivido, não conhecido... Distante.

O único suficiente...

Para dar exemplo; de amar a si e amar o outro...  

Seja ele quem for.





segunda-feira, 20 de maio de 2013

NOTICIAS DE UM hERÓI FAJUTO.

Crônica
por Rogério Ribeiro



                                        




Dentre as mais badaladas noticias, as de maior relevância para quem as lê  e até quem não, pois ficam na ponta do telefone sem fio;  São elas as que respondem ao anseio popular e até ao de eruditos, que se revelam  já conhecedores de tudo e todos, mas  julgam inútil:  A GUERRA CONTRA O “SISTEMA”. 
Esta noticia faz acender o estopim;  Inútil ou não,  há quem concorde e discorde, não importa... Ele segue.  O sistema continua a sua rota... Pará-lo, significa parar todo o contingente que o cerca e você (não se engane) “está dentro”; envolto, chafurdado e recalcado.  É também, cúmplice, por isso não fuja!  Não adianta. Mais dia, menos dia, você vai estar “cara a cara”, frente a frente com ele  - e da maneira menos agradável.   “Legal” nele, foi só o início, enquanto você lutava contra a sua implantação, ou estava, quem sabe, brigando com o resto do mundo pela sexta –feira... (Não preciso dizer pra quem,foi legal...).

Também não importa...

Logo no inicio, precisava de mais... Mais de você. Lutar contra sistema envolve muita coisa... As suas coisas, por exemplo,  ou ainda,  a falta delas.

Daí, serem ridicularizados os que discutem no boteco todos os seus ideais, regados a muito “concordo” ou  a qualquer frase que não incomode muito e depois vão para as praças e ruas e delas saem, voltando para eles, terminando a noite, cada um no seu perfil da rede... São os verdadeiros fascistas do nosso tempo, desculpe... 

Não constava no cardápio do boteco (nem de qualquer rede social) de que Liberdade e luta são etapas distintas e não um conjunto.   A segunda precede à primeira, mas você é “crente” no fato de que tem a liberdade e só por isso, “luta”; "Crente" de que vai conseguir começar algo a partir do fim (o seu).   E ainda conserva a "dura cara" de quem fala mal de “Religião”??

E luta, incansavelmente,com um furor “mexicano”  aspirando a "revolução, nas escadarias de Odessa"...digo, do Facebook... 


Entendi... Mas... pra que, mesmo?


“Pra tentar estabelecer outra ideia, outra forma, outro pensamento, ora!”

Ok... e o que você usa... o SEU  “Sistema”?

“Não, cara...eu não tenho sistema, só “acho” que cada um é cada um!   Não tem que ter nada disso, porque não tem nada a ver, entende?  Cada um, tem o seu direito e o sistema não pode mais fazer isso, cara! ...Blá, blá e mais blá  e  “Leminski”,  e “Nietsche”, e o escambau!” (Coitados destes...).

 Sem querer interromper a metralhadora"anti-fascismos" -fascista pra dizer que a única escrita que lhe parece comum e que lhe  precede à tônica, é a “subBukowiskniana”, tal como sua ideia “Rodriguiana” e “Chiquista” duvidosa, pois conhecem quase nada, mas retém tudo o que ouvem de seus artistas,  não deles, mas de pensamentos  preguiçosos de outros  chauvinistas do pais da Copa, da cidade das Olimpíadas e agora, mais do que nunca, da fala “Caetanista” (apesar de lembrarem mais, o ”Bethanismo” subvencionado em suas  atitudes), apenas concluo: Tropicalicistas  equivocados...


Meu hobbie é tentar entender o humano, por isso gostaria de saber: Onde os “antifascistas” e os militantes “pró direitos universais a partir do próprio umbigo”, aprenderam suas táticas e manobras de guerrilha ou de “luta”?
Sei que aprendem a ser “sub-heróis”,  mas isso qualquer um é...dos mentirosos que vão à mídia, às estrelas que ditam modismos, passando pelos aventureiros de grêmio estudantil no máximo...  é desperdício de tempo e massa cinzenta. 

 Vamo lá, me digam onde esses “heroizinhos”  treinam suas táticas?  Porque a morte de seus ideais é certa no front e, mesmo que não se mencione,  há algo ainda pior:

A ideia de que o sistema está lá, no mesmo lugar e está à espera de mais heróis fajutos pra poder bombardeá-los à queima roupa...
(ia fazer o respectivo  “barulhinho”, mas penso que nem é preciso). 


Quer um conselho??   Não, não quer... Eu suspeitava.

Por isso, prefiro lembrar: Os Heróis de verdade, não vão contra a lógica; Não destroem  aqui para salvar ali; Não são adeptos de uma subcultura; e não buscam seus próprios interesses
(tirando o Homem de ferro, que é claro, não é  Herói)...  


O contrário, disso, (sinto muito) é coisa de vilão.



Heróis tem princípios, "Menino  prestigio".


quinta-feira, 16 de maio de 2013

MANCHETE!

Crônica
por Rogério Ribeiro









Não tem.  Nenhuma!  Nem sombra... 

Quero dizer...Tem.  Tem o pessoal falando dos últimos acontecimentos desde a semana passada; falando delas, é claro; das "Manchetes".  Da prisão do Pastor que virou condenado.  "Justiça" rápida, "à brasileira". A única eficaz, a cerca de 500 anos(dá até slogan).  Além desta, muitos outros fatos... mas que não tem importância alguma, pois como esta, não há nenhuma. Não, pelo menos, as que costumam conduzir a algum interesse da nossa "pobre", "unanime" e tola comunidade Brasileira.
Então, além desse fato, Nada... ops! Esqueci: A do casamento gay "aprovado".  Essa, além da comemoração e do carnaval de quem entra no bloco e nem sabe pra onde ele vai,  não deve servir muito pra maioria que, calada em seu canto, está com a mente em outra coisa - que passa longe da alienação: Quer ser é feliz  diante da sua condição em relação à sociedade e vem trabalhando à muito tempo, cada um da sua forma; porque querer ser feliz é outra coisa...  Independente a isso, vão surgir mais motivos com manchete ou sem, pra polemizar a conversa (a que já não temos com ninguém, de fato), pra daí então, se vender ideia barata pra mentes mais baratas ainda e pra aliciar novos compradores, enquanto o  sol dos trópicos nasce, mas ninguém sai do lugar.

Mas não era disso que eu na verdade queria falar; Era da Manchete. Ou ainda, de todas elas reunidas; Juntando todas, não dá uma que valha a pena.  Que valha a pena de se ler e passar pela informação com todos os seus infortúnios ou alegrias e sair dali com algum "feed-back".  Acredite, este existe de muitas formas. É pedir demais pra esta geração, eu sei...   Ela "gera" a sua "onda" e se esquece - porque ninguém a lembra - de que não está só no planeta... Muito menos aqui nesse "mundinho".  Porém, como se fosse a única a habitá-lo(é a sensação de que ela desfruta), são tratados como o centro do universo e recebem as "manchetes" que lhes agradam(o endereço estava certo, nós é que abrimos a correspondência errada). Só agradam, enquanto os receptores só SE agradam, nada mais.  Não há fim comum com a realidade, sociedade e outras "dades"(afinal, existem tantas realidades dentro desta geração, que me pergunto se sou real, ou apenas um holograma em uma rede social mais avançada, e que,  sendo um   não a detecto); há, sem dúvida, as "seitas" dos "ãos" que vão da  comoção à satisfação, passando por um monte de outros superlativos, que se somam e culminam no "euzão". 
A Geração do EU, onde só ele importa. 

E ninguém se importa... Até o Face sair do ar, A bateria do Smartphone acabar e faltarem as "Manchetes" chulas pra gente se odiar e se matar "defendendo" a ideologia que nem temos, enquanto o Cazuza "se revira no túmulo".
   
 Uma das bases da civilização foi perdida e disseram que foi apenas "trocada"(ninguém reclamou).  Perdemos o conhecimento em favor da pura satisfação(por mais duvidosa que seja). A imprensa deixou de ser a que informa pra abrir caminho e gerar crescimento, para ser a que aliena e reduz.

Então(querendo, é claro)... Quando ler ou ouvir uma "manchete",   pense duas vezes no que leu.  Mastigue-a antes de engolir... 
Ou nem coma...

(Se é, que você se preocupa com o seu "estomago").


Gracias.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Nota.









       
A edição de amanhã ainda não está terminada, mas algumas informações eu posso adiantar.

Sou o editor deste pequeno "informativo"; quem escreve tudo o que é lido aqui. Acredite: Não pretendo informa-lo apenas, mas fazer parte da informação, ao mesmo tempo em que desejo te trazer pra ela, enquanto a levo até você... 

Confuso, isso?   Nada...  

Na hora certa você vai entender.


Até lá...

Abraços.


Rogério Ribeiro